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Isso também me acontecia quando eu enxergava
- 19 de agosto de 2019
- Postado por: Elair Floriano
- Categoria: Felicidade Inspiração
Uma palavra anotada às pressas, para a elaboração de um texto. O não reconhecimento das minhas próprias anotações, e a obrigação de perguntar novamente o nome dos três locais da realização do simpósio.
Tinha escrito no caderno um M alguma coisa, mas não tinha anotado S nenhum de Shopping, o que me acendeu uma dúvida. “É Shopping Mueller um dos locais, Paulo? Porque não estou entendendo o que anotei”. Rindo, do outro lado ele manda áudio para responder. “Nao, é Milium. Faz parte. Quando eu enxergava, também não entendia a minha letra. Acho que é a ansiedade. Desculpe por ter falado muito rápido também”.
Paulo Suldovski, com quem converso, me passava informações sobre o Workshop Experiências Inclusivas, que será promovido no dia 20 de agosto. Ele é coordenador de Políticas Públicas da Pessoa com Deficiência, em Joinville.
No meio do texto, porém, o que fez um “plin” na minha cabeça foi aquela frase: “Quando eu enxergava”. Dia de céu azul, lindo. Há pouco, olhei pela janela e ainda comentei com minha amiga Grazi: “Gata, que dia espetacular, hein?”.
Super importante alimentar meu bem-estar olhando o céu azul. O Paulo não pode usufruir desta contemplação, mas estava ali, rindo do outro lado da linha, brincando para que eu não me sentisse desconfortável por ter de perguntar novamente. Quanta empatia. Que dose imensa de resiliência.
AGRADECER PODE TE LEVAR A VER ALÉM
Quando me deparo com uma pessoa cega, ocorre um profundo respeito, pela coragem que ela precisa ter para se deslocar no mundo, a vulnerabilidade diária à qual se expõe para se deslocar, fazer inúmeras atividades, vencer preconceitos e ainda lutar por acessibilidade. Mas nunca me ocorre de perguntar se a pessoa sempre foi cega ou algo assim, me parece uma indelicadeza.
Ao Paulo, porém, por conta do comentário, acabei perguntando. “Você perdeu a visão gradualmente?.” “Perdi gradualmente. Aos 15 anos, enxergava uma porcentagem. Depois, perdi bastante. Até meus 25 anos tinha 10% de visão. E em 2006 eu perdi tudo, não enxergo mais nada desde então. Fazem 13 anos”.
No encontro com pessoas com deficiência, pelo objetivo de tratar com normalidade, posso esquecer que estão passando por limitações que eu não tenho.
Gratidão Paulo, pela oportunidade de me lembrar de agradecer a simples e grandiosa oportunidade de enxergar e pela mensagem viva da experiência de resiliência e superação.
Workshop Experiências Inclusivas
Estão abertas as inscrições para o CURSO DA FELICIDADE NÍVEL 2 – APROFUNDAMENTO
Otimismo e Atenção Plena