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E quando a gente sente que precisa saltar, mas não encontra coragem
- 1 de maio de 2016
- Postado por: Carla Cabral e Silva
- Categoria: Inspiração Liberdade Nomadismo
A vida pede que saltemos.
Isso mesmo: pede. Aí a gente vai, dá uma olhada no imenso abismo que está entre o que temos e o que sonhamos. Calcula a distância que nos separa, a intensidade do impulso, a altura do salto. Senta, continua analisando, calculando, desejando.
E de repente:
Nossa, que bacana. Tem sombra do lado de cá. Esse lugar em que estou sentado é tão confortável, tão seguro, tão tranquilo. O lado de lá parece lindo, mas apenas “parece”, porque olhando assim de longe não dá para ter muita certeza.
Levanta, chega bem perto do penhasco de novo e as pernas tremem. O coração acelera, a mente voa, mas o corpo está paralisado.
Você sabe por quê?
Não é o momento.
Se não hoje, quando? O momento ideal nunca chega. Sempre vai existir uma barreira, um empecilho para que as coisas não aconteçam. Tudo que você tem é o hoje, porque o amanhã ainda não nos pertence. Quer fazer? A hora é agora.
Não tenho mais idade para isso.
Bebês não falam quando nascem, porque na certa diriam que é cedo demais, tal qual quando acordamos todas as manhãs. Por isso, eles choram. Reclamam porque estava bom demais dentro do ventre, tão protegido e acolhido. Nunca é tarde para fazer acontecer, por isso, não limite seus sonhos pela idade.
Eu não sou capaz.
Sempre dá tempo de aprender. Mergulhar em novas possibilidades é extremamente inspirador, por isso, experimente fazer pela primeira vez, dê o primeiro passo, mesmo que acanhado, desajeitado. Converse com pessoas diferentes, ouça sugestões, preste atenção nas críticas, compartilhe o que tem, seja humilde e peça ajuda. Pode ser que não seja capaz hoje, mas você pode começar.
Faltam-me os recursos.
Viajar, mudar de emprego, empreender, comprar uma casa, trabalhar sua mentalidade. Ser mais feliz! O que é necessário para você começar? Anote os desafios, o que precisa ser feito para driblá-los e o que já tem e pode contribuir. Entender o cenário e como sua ideia pode ser materializada é o primeiro passo. Trabalhe para que seja possível, enxergando com clareza o que é preciso.
Muitas ideias ficam apenas no campo da imaginação, colocar no papel é começar a dar vida à elas.
É arriscado.
Costumamos ponderar cada vez que precisamos tomar uma decisão. Mas… e se, e se? E se der certo? A dúvida desperta o medo, e o medo nos paralisa. Analise, planeje, mas esteja aberto para as oportunidades. Antes de abrir uma porta por completo, espie pelo buraco da fechadura o que tem do lado de lá, abra devagar. Tenha cautela, mas seja firme ao segurar a maçaneta.
Se você acha que pode, ou você acha que não pode, você está certo.” (Henry Ford)
A vida pede que saltemos, mas não exige. Os maiores pulos são os momentos de transformação, de evolução, daquele olhar gentil para os nossos desejos. Olhe para si e entenda de que forma isso está contribuindo para o que tem aí fora.
Às vezes, o salto é maior que a capacidade das nossas pernas. Mas isso você vai descobrir avaliando, experimentando e quem sabe, apenas saltando.
Ficar sentado à sombra, apenas sonhando, só vai lhe proporcionar a experiência de uma bela paisagem. Uma paisagem daquilo que nunca foi.
“Não há mais miserável situação do que vir a esta vida sem se saber qual o rumo a seguir nela; o espírito inquieto debate-se com o inelutável receio de saber quanto e como ainda nos resta para viver. Qual o modo de escapar a uma tal ansiedade? Há um apenas: que a nossa vida não se projete para o futuro, mas se concentre em si mesma. Só sente ansiedade pelo futuro aquele cujo presente é vazio. Sêneca
Para concluir seu texto.
Linda colocação, Luiz: “não há mais miserável situação do que vir a esta vida sem se saber qual o rumo a seguir nela.”